domingo, 27 de dezembro de 2015

Rugido + «(A Doce Insolência do) Sono dos Velhos» (por M. E. C.)

6.º Dia do 4.º Natal. Cálido, de Chuva nem Sinal...
[reaberto o Café do R., ocupa-se a (habitual) Mesa do Canto...]


Quanto à Crónica de MEC, de ontem, foi lida à Assembleia, que se riu das «idênticas Figuras» que o Menino APN faz...

Recortes:
[...].Dormir sentado é um dos poucos consolos da velhice. Cabecear só é horrendo para quem assiste: para quem está lá dentro é como passear num barquinho à beira-mar, ora subindo, ora descendo as ondas.
       Acorda-se umas dez ou vinte vezes, faz-se um ar espavorido, como quem decididamente não pediu para voltar à realidade, muito obrigado e volta-se a adormecer, hipnotizado pela vingança.
    As sonecas batem-se com crescente violência e prazer. Embala-nos a ausência de angústias de passar por aborrecido, malcriado ou bêbado. A vergonha é um dos traumatismos (e um dos preços mais caros) da juventude. Passa-se e dorme-se melhor sem ela.
[...] Passar pelas brasas é uma doce insolência perante a morte.
Miguel Esteves Cardoso - DAQUI