sábado, 23 de janeiro de 2016

jau, aliás António, por Eugénio

[inicia-se nova-velha fase de montagem de Envelopes; como «exercício de aquecimento», (re)leituras por aqui e por ali...]

LAMENTO DE LUÍS DE CAMÕES
NA MORTE DE ANTÓNIO, SEU ESCRAVO

... viveu em tanta pobreza, que se não tivera
um jau chamado António, que da Índia 
trouxe, que de noite pedia esmola para o 
ajudar a sustentar, não pudera aturar a 
vida. Como se viu, tanto que o jau morreu, 
não durará ele muitos meses.
Pedro de Mariz

Devias estar aqui rente aos meus lábios
para dividir contigo esta amargura
dos meus dias partidos um a um

- eu vi a terra limpa no teu rosto,
só no teu rosto e nunca em mais nenhum

27-12-79

Eugénio de Andrade, Homenagens e outros epitáfios (1.ª ed.: 1974); transcrito da p. 242 de Poesia (reunida), 2.ª ed., 2005

- «Para glória da doença? Leituras do mal de Camões» - ensaio de Luis Maffei, de cerca de 13 páginas,  na Revista «Via Atlântica»,  n.º 29, de Janeiro de 2016  - ou  DAQUI